A clínica que construo é um espaço onde o existir pode se manifestar em suas múltiplas formas: com dúvidas, silêncios, dores, alegrias e descobertas. Meu trabalho como psicóloga é atravessado pelo desejo de oferecer uma escuta sensível, ética e viva ~ uma escuta que não busca encaixar a pessoa em moldes ou verdades prontas.


A abordagem fenomenológico-existencial me guia nesse processo de cuidado, em que cada encontro é um convite a sair do modo automático e acessar, com mais presença, as experiências que, muitas vezes, passam despercebidas no cotidiano.

Aqui, não se trata de corrigir ninguém.
Trata-se de sustentar um espaço para que a pessoa possa se ver, se escutar, se reconhecer e se reconectar.
Os sentidos da vida não são entregues prontos, eles emergem do vivido, do que é partilhado, sentido e refletido no encontro terapêutico.

A escuta existencial não busca controlar ou rotular o sofrimento.
Ela se abre àquilo que pulsa e ainda não tem nome.
Permite que os sentidos que se perderam entre repetições e urgências possam, aos poucos, ser reencontrados.

Na escuta clínica, respeitamos os tempos de cada um.
Reconhecemos as histórias, os silenciamentos, as feridas abertas por questões sociais, afetivas e existenciais.
O vínculo é construído no ritmo da confiança.
E o cuidado se manifesta na forma como sustentamos o silêncio, acolhemos o que dói e acompanhamos, com respeito, os movimentos sutis de quem atravessa seus próprios caminhos de mudança.

Sem fórmulas, sem julgamentos, com espaço, tempo e abertura; a clínica da existência é, antes de tudo, uma presença viva.