Muitas vezes, a decisão de começar a terapia nasce de um incômodo específico ~ uma dor, uma dúvida, uma perda recente.
Mas, com o tempo, à medida que o espaço terapêutico se mostra seguro e acolhedor, outras questões começam a emergir: lembranças, silêncios, desejos não nomeados... Às vezes, até aquilo que parecia não ter importância revela sua profundidade.

Buscar psicoterapia não exige que tudo esteja claro ou organizado.
Na verdade, pode começar justamente do oposto: da confusão, da falta de sentido, da sensação de estar perdido ou desconectado de si e do mundo.

Há quem venha em busca de alívio para um sofrimento, quem deseje se compreender melhor, quem carregue culpas, frustrações, ou se sinta deslocado nas relações.
Mas não existe hierarquia de motivos.
Não há problema “grande o suficiente” que justifique estar aqui, basta que algo dentro de você peça por um tempo de escuta.

Falar de si, especialmente no início, pode parecer estranho.
Afinal, contar a própria história a alguém desconhecido, exige.
Mas, pouco a pouco, o vínculo se constrói, e você encontra espaço para se experimentar com mais liberdade, respeitando seus próprios ritmos e possibilidades.

O processo terapêutico não é linear.
Ele se move em espirais ~ indo e voltando ~ conforme o que se faz presente em cada fase da vida.
Não se trata de um caminho com começo, meio e fim definidos, mas de um território vivo, onde cada encontro é uma chance de estar mais próximo de si.