Na clínica, a escuta só é possível quando há segurança.
A relação entre psicóloga e paciente é protegida pelo sigilo profissional, mas vai além disso.
Na psicoterapia fenomenológico-existencial, o vínculo que se constrói ao longo do processo é, por si só, parte essencial do cuidado.
É ele que sustenta o trabalho com a intimidade: com aquilo que se sente, se pensa, se esconde e, aos poucos, se revela.
Falar de um lugar seguro também significa, para mim, reconhecer os atravessamentos sociais que marcam a existência de cada pessoa.
Estar em escuta é, igualmente, estar atenta para não reproduzir violências sutis ou explícitas ligadas às desigualdades de raça, classe, gênero, sexualidade ou qualquer outro fator que historicamente produza silenciamento e sofrimento.
Acolher é respeitar a singularidade de cada caminho.
Algumas pessoas sentem-se à vontade para compartilhar suas histórias logo nos primeiros encontros.
Outras precisam de tempo. E há quem precise, inclusive, de outro tipo de espaço.
Caso isso se apresente, me coloco à disposição para, com cuidado e responsabilidade, pensarmos juntas(os) em caminhos possíveis, inclusive com a indicação de outra profissional, se for necessário.
O compromisso ético que assumo é o de sustentar um espaço de presença, confiança e respeito.